segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

VENCIDO PELA BEBIDA ! QUANDO A CABEÇA NÃO PENSA, O FÍGADO PADECE !


O que o drama de Sócrates revela sobre o alcoolismo, uma epidemia subterrânea que devasta a sociedade brasileira e mata 30 mil pessoas por ano
 Na segunda-feira passada, dia 5 de setembro, o cidadão Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar de um sangramento digestivo que ameaçava matá-lo. Aos 57 anos, ele é um rosto familiar aos brasileiros. Ídolo do Corinthians e da Seleção Brasileira, foi um dos grandes jogadores do futebol mundial nos anos 1980, notável tanto pela elegância e precisão de seus passes quanto por suas posições públicas contra o regime militar. Formado em medicina, inteligente e carismático, o Doutor, como costuma ser chamado, assumiu, ao deixar os gramados, a função informal de intelectual do futebol, alguém capaz de expressar com autoridade a dimensão pública desse esporte que apaixona os brasileiros
Além disso tudo, Sócrates é também alcoólatra. Ele começou a beber pesado durante a universidade e nunca mais parou, mesmo em seus anos de atleta. Em consequência de décadas de excesso, desenvolveu cirrose hepática, doença degenerativa que destrói o fígado e provoca o colapso do restante do organismo. A cirrose causada por álcool mata mais de 11 mil pessoas por ano no Brasil. Sócrates esteve assustadoramente próximo desse desfecho na semana passada – um drama que tocou milhões de pessoas que o admiram e trouxe para os holofotes, novamente, a epidemia subterrânea de alcoolismo que devasta o país. “O drama de uma pessoa pública querida mostra que pessoas inteligentes e fortes também podem se tornar dependentes”, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeiras, da Universidade Federal de São Paulo, uma das maiores autoridades em alcoolismo no país. “Sócrates é um homem bem-sucedido, brilhante e, além de tudo, médico. Se aconteceu com ele, pode acontecer com qualquer um.”
O
caso de Sócrates – qualquer que seja seu desfecho – ilustra, em escala privada, a gravidade do alcoolismo. Vistas à distância, as estatísticas sobre o consumo de bebidas no Brasil parecem tranquilizadoras. O consumo de álcool puro, medida usada pela Organização Mundial da Saúde, é de 6,2 litros por ano, pouco acima da média mundial. Mas essa medida é enganosa. Primeiro, porque não inclui bebidas clandestinas. Quando elas são incluídas, o consumo médio brasileiro sobe para 9,2 litros anuais. Outra ilusão estatística: a média é relativamente baixa, porque quase metade dos brasileiros (50,5%) é abstêmia. A metade que bebe toma mais de 18 litros de álcool puro por ano, o triplo da média nacional, com grande diferença entre os sexos: o consumo médio entre os homens é de 24,4 litros e entre as mulheres de 10,62 litros por ano. “Nosso problema é que os brasileiros que bebem, bebem sempre, e cada vez mais, de forma exagerada”, diz o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, da Universidade de São Paulo.
Quanto mais esclarecido, menos consciência se tem do perigo .Que nós brasileiros, amantes do futebol, possamos aprender com os erros dos nossos ídolos . Sobriedade sempre!!!!!!!